Tratamento para nódulos benignos de tireoide e nódulos malignos iniciais
Ablação de tireoide
Vamos primeiro entender o que é a tireoide!
“Doutor, tenho tireoide”. Qual médico nunca escutou essa frase de um paciente? E a frase vai ser verdadeira para todas as pessoas que não fizeram uma cirurgia para retirar a tireoide, pois todos nascemos com ela. Mas afinal, o que é a tireoide?
A tireoide é um órgão situado no pescoço, à frente da traqueia (a estrutura que comunica a garganta até o pulmão) e que é responsável pela produção de hormônios importantes para várias funções do nosso corpo:
Tiroxina (T4) e Triiodotironina (T3): Esses dois são tipo uma dupla dinâmica. Eles basicamente dão aquele empurrão no metabolismo, ajudando a transformar o que a gente come em energia. Imagina que o T3 e o T4 são como aqueles amigos que te incentivam a correr mais rápido ou trabalhar mais duro. Eles também ajudam a manter o coração batendo no ritmo certo, garantem que você fique quentinho e ajudam até no crescimento das crianças e no desenvolvimento do cérebro.
Calcitonina: Essa aqui é tipo uma guardiã dos ossos. Ela ajuda a regular o cálcio e o fosfato no nosso corpo. Quando tem muito cálcio no sangue, a calcitonina entra em cena para diminuir esses níveis, mandando o cálcio extra para os ossos, o que é ótimo para manter eles fortes e saudáveis.
É isso aí! A tireoide é pequena, mas tem um trabalho de gigante no nosso corpo. Sem ela, muita coisa não funcionaria direito, desde como a gente se sente até como o corpo usa energia e mantém os ossos em bom estado.
Entenda o que são nódulos de tireoide
Nódulos de tireoide são crescimentos anormais ou massas que se formam dentro da glândula tireoide. Eles podem ser sólidos ou preenchidos de líquido e variam consideravelmente em tamanho. A maioria dos nódulos de tireoide é benigna e não cancerosa, mas uma pequena porcentagem pode ser maligna. Os sintomas podem incluir inchaço no pescoço, dificuldade em engolir ou respirar e, em casos raros, alterações na voz.
Esses nódulos na tireoide são mais comuns do que você imagina, afetando uma grande parcela da população. Eles podem ser detectados de forma palpável em cerca de 5% das pessoas e, surpreendentemente, são encontrados incidentalmente em até 70% dos casos, sendo mais frequentes à medida que envelhecemos.
Mas por que devemos nos preocupar com esses nódulos se eles são tão comuns? A resposta está na possibilidade deles afetarem a função da tireoide, causarem sintomas incômodos e, em alguns casos, representarem um risco de malignidade.
Imagem gerada por inteligência artificial de uma borboleta com multiplas tumorações em suas asas, para ilustrar uma tireoide com nódulos.
Ilustração para demonstrar o posicionamento da tireoide na região do pescoço, à frente da traqueia. A imagem foi gerada por inteligência artificial e não demonstra com exatidão as estruturas do pescoço, não devendo ser utilizada como ferramenta de ensino anatômico.
O que é a ablação de nódulos de tireoide?
A ablação é uma técnica utilizada amplamente pelo médico intervencionista para o tratamento de diversos tipos de tumores benignos e malignos e consiste no posicionamento de uma agulha no interior do local onde se deseja tratamento, guiado por algum método de imagem. No caso do tratamento dos nódulos de tireoide, a ultrassonografia é o método utilizado para guiar e acompanhar o tratamento.
Após posicionada a agulha, ela é ligada a um aparelho que emite uma energia que aquece a sua ponta e destroi o tecido onde ela está posicionado, gerando uma “queimadura”, semelhante a uma cauterização. Durante todo o tempo do tratamento, a ponta da agulha é supervisionada através do ultrassom para segurança do tratamento.
Para o tratamento dos nódulos de tireoide, a ablação tem seu uso desde 2012, com centenas de publicações científicas demonstrando altas taxas de sucesso e segurança.
Indicações da ablação da tireoide:
A ablação de nódulos de tireoide não está indicada para todos os casos onde um nódulo é detectado e o mais indicado é que o paciente passe por avaliação por um radiologista intervencionista para obter informações sobre esse tratamento e se ele está indicado para o caso em questão.
Porém, podemos eleger algumas situações onde a ablação pode ser opção de tratamento:
Nódulos sintomáticos – Nódulos que levam o pacientes a sintomas desconfortáveis, como sensação de “corpo estranho” ao engolir, engasgos, rouquidão, dor local e aumento de volume do pescoço.
Nódulos com crescimento documentado – Em algumas situações, o crescimento documentado dos nódulos motiva a instituição de algum tratamento, e a ablação está entre essas opções.
Ablação pré-operatória – Alguns pacientes apresentam nódulos tão grandes que sua resolução deverá ser cirúrgica, porém, para reduzir o volume total da glândula, a ablação pode ser aplicada nas maiores lesões, buscando uma cirurgia com menores riscos de complicações.
Bethesda I ou II – Importante frisar que para a ablação de nódulos maiores de 1,0 cm, é importante documentar não se tratar de lesão maligna. Deste modo, o ideal é a realização após um resultado de punção aspirativa (PAAF) do nódulo com categoria até II de Bethesda. Categorias II ou mais de Bethesda devem ser submetidas a análise molecular para que a ablação seja proposta com segurança.
Nódulos malignos – É possível avaliar a realização de uma ablação, poupando da realização de uma cirurgia para remoção de parte ou de toda a tireoide, de nódulos malignos até 1,0 cm, de citologia sugestiva do tipo histológico papilífero, denominados pelo tamanho de micropapilíferos.
Fatores que levam à opção da ablação ao invés da cirurgia de retirada da tireoide
Os pacientes optam por este tratamento buscando os seguintes benefícios:
Redução dos riscos de complicação: a cirurgia para remoção da tireoide apresenta riscos consideráveis em relação à lesão dos nervos que se localizam atrás da tireoide (os nervos laringeos recorrentes) e da perda da função das paratireoides (glândulas que se localizam também atrás da tireoide). Na lesão do nervo, o paciente pode apresentar rouquidão e engasgos, e na perda da função das paratireoides, o paciente pode apresentar cãimbras e espasmos musculares, fraqueza muscular, dores ósseas e articulares, entre outros sintomas. E infelizmente hoje, diferente dos hormônios da tireoide que podem ser repostos, não há possibilidade de reposição dos hormônios da paratireoide.
Ausência de necessidade de reposição dos hormônios da tireoide: Como na ablação apenas os nódulos são destruídos, a tireoide mantém sua produção normal, e não há necessidade de reposição hormonal (em pessoas que anteriormente tinham a função normal).
Ausância de cicatrizes: A ablação não deixa cicatrizes no pescoço, por ser realizada apenas por um orifício por onde passa a agulha, marca que desaparece após semanas.
Não há necessidade de internação: O tratamento é realizado em caráter ambulatorial, e o paciente recebe alta em até uma hora após o término do procedimento.
Não há necessidade de anestesia geral ou venosa: O tratamento é todo realizado sob anestesia local, e apesar disso, sem dores ou desconfortos.
Desejo de minimizar o tempo de recuperação: Como a ablação é minimamente invasiva, ela permite um retorno mais rápido às atividades diárias em comparação com a cirurgia convencional.
Apresenta nódulos de tireoide e quer saber se a ablação é opção para seu tratamento?
Se você apresenta nódulos de tireoide e busca opções além da cirurgia tradicional, a ablação pode ser uma excelente solução para você.
Entre em contato agora mesmo com nossa equipe! Estamos prontos para responder a todas as suas dúvidas e ajudá-la a retomar seu bem-estar e qualidade de vida.
Sintomas que podem estar relacionados aos nódulos de tireoide
FAQ - Perguntas frequentes
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Ablação de nódulos de tireoide é um procedimento realizado para tratamento de sintomas causados pelos nódulos tireoideanos. Os sintomas mais frequentemente apresentados pelo paciente são: aparecimento de abaulamento ou “bola” no pescoço, engasgos, sensação de algo parado na garganta, rouquidão, falta de ar ou sintomas de hipertireoidismo, nos casos de nódulos hiperfuncionantes.
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A ablação é realizada por um radiologista intervencionista sob anestesia local, que utiliza um aparelho de ultrassonografia e uma agulha especial para puncionar os nódulos e queimá-los utilizando diferentes tecnologias, sendo as mais frequentemente utilizadas no tireoide: radiofrequência ou microondas.
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A ablação de nódulos de tireoide dura cerca de 30 minutos a 1 hora e meia, dependendo do tamanho e número de nódulos, e o paciente necessita observação de 30 minutos, e recebe alta no mesmo dia.
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Não, não é necessária internação. O procedimento é totalmente ambulatorial e é necessário ficar um total de até cerca de 2 horas no Hospital, a depender do número e tamanho dos nódulos tratados.
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A ablação de nódulos tireoideanos pode ser realizado tanto em clínicas quanto em hospitais que tenham um bom aparelho de ultrassonografia. Nossa equipe prioriza a realização em ambiente hospitalar, com cuidados de limpeza e organização parecidos com os de um centro cirúrgico, para oferecer a maior segurança possível ao tratamento.
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Durante a ablação de nódulos de tireoide o paciente não apresenta qualquer tipo de dor, exceto da anestesia local. Nos dias que seguem o tratamento, o paciente poderá apresentar discreto desconforto no local tratado, que melhora com o uso de medicamentos analgésicos simples.
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Os resultados da ablação já começam a ser notados no primeiro mês e os nódulos continuam sua diminuição ao longo de um ano. Após isso, eles podem ficar estáveis e nunca mais crescerem, ou retomar o crescimento em parte dos nódulos tratados, dependendo do tamanho e localização dos nódulos. Quando localizados próximo ao nervo que passa atrás da tireoide ou quando muito grandes, os nódulos podem persistir com células viáveis e se desenvolverem no futuro.
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Não, atualmente a ablação de nódulos de tireoide não faz parte do rol de cobertura obrigatória da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).