Casos de COVID-19 podem aumentar o risco de AVC?

Para além dos problemas respiratórios, temos visto que as consequências da inflamação pela COVID-19 no organismo são diversas e, por ser uma doença nova, a cada dia pesquisas e evidências são levantadas e avaliadas.

Foi observado, por exemplo, que pacientes infectados com o Sars-Cov-2 apresentam elevadas complicações tromboembólicas e eventos cardiovasculares, com alteração do padrão de coagulação.

Os estudos conduzidos para investigar essa relação, até o momento, foram realizados em pacientes graves, os quais foram submetidos à internação. A hipótese é que nesta fase de inflamação aguda há uma resposta inflamatória exacerbada, o que explicaria o maior risco da ocorrência de eventos cardiovasculares.

A complexidade da COVID-19

Alguns pesquisadores também afirmam que a COVID-19 não é uma doença respiratória, mas sim vascular. Um estudo realizado em junho de 2021, pela Universidade de San Diego e pelo Instituto Salk, verificou que as complicações respiratórias são consequência da inflamação do tecido muscular dos pulmões. O artigo publicado na revista Circulation Research, também apresenta de maneira detalhada como o vírus Sars-Cov-2 danifica as artérias, veias e vasos capilares.

Assim, sua ação compromete o endotélio vascular, uma monocamada composta de células que reveste o interior dos vasos sanguíneos, e funciona como uma barreira imunológica para a circulação.

A formação de coágulos sanguíneos e o aparecimento de sintomas que não são comuns em doenças respiratórias - como lesões arroxeadas nos pés e mãos - poderiam ser explicados a partir dessa relação.

Um outro estudo, realizado na Suécia, avaliou especificamente o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes infectados pela COVID-19.

Essa pesquisa concluiu que a infecção pode ser um fator de risco independente para IAM e AVC isquêmico. Além disso, indicou também que os dois quadros podem ser considerados manifestações clínicas da COVID-19.

O desafio levantado por esses e outros pesquisadores de todo o mundo é em relação ao futuro, afinal, os efeitos da COVID-19 poderão ser sentidos a longo prazo.

Equipe Neocure participa de pesquisa sobre as relações entre pandemia e AVC

Recentemente, o Dr. Daniel Giansante Abud, membro da equipe Neocure, participou de uma pesquisa que trata também das relações entre a COVID-19 e pacientes com AVC. O estudo destacou que, durante a pandemia, o padrão de atendimento de acidentes vasculares se alterou.

Muitos pacientes abandonaram o acompanhamento médico ou passaram a ter ainda mais dificuldade para acessar o atendimento necessário. Essa é uma conclusão preocupante, que demonstra mais uma vez como a pandemia pode afetar de maneira múltipla a saúde, no presente e no futuro!

Enquanto os estudos avançam, faça sua parte adotando uma postura preventiva durante o período pandêmico: vacine-se, não abra mão do uso de máscaras e mantenha a higienização das mãos e ambientes. Caso possua riscos ou trate o AVC ou outras doenças, mantenha os exames e consultas em dia.

E claro, cuide da sua saúde como um todo, conte com a Neocure!

Referências

Ioannis Katsoularis, et al. Risk of acute myocardial infarction and ischaemic stroke following COVID-19 in Sweden: a self-controlled case series and matched cohort study. July 29, 2021. DOI: 10.1016/S0140-6736(21)00896-5

Nogueira RG, et al. Global impact of COVID-19 on stroke care. Int J Stroke. 2021 Jul;16(5):573-584. Epub 2021 Mar 29.PMID: 33459583; PMCID: PMC8010375. DOI: 10.1177/1747493021991652.

Yuyang Lei, et al. SARS-CoV-2 Spike Protein Impairs Endothelial Function via Downregulation of ACE 2. 2021 Mar; Circulation Research. 2021;128:1323–1326. DOI: 10.1161/CIRCRESAHA.121.318902

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