Tratamentos pouco invasivos para miomas são possíveis?

O diagnóstico de mioma, ainda que comum, tende a assustar muitas mulheres! Um dos temores mais comuns, por exemplo, é o receio de que o mioma se transforme em uma lesão maligna.

É importante ressaltar que, apesar de ser um quadro que traz consigo alguns riscos e diversos incômodos, as chances de que esse problema se “transforme” em câncer são mínimas. Ainda assim, é fundamental compreender quais são as características dos miomas, seus principais sintomas e tratamentos.

O que são os miomas?

Miomas são tumores não malignos, que surgem a partir do crescimento desordenado das células do miométrio - estrutura muscular do útero. Ele ocorre com frequência em pacientes em idade reprodutiva, e podem gerar sangramentos fora do período menstrual, aumento da frequência da urina, dores na região pélvica, anemia e impacto na infertilidade.

Você sabia que existem três diferentes classificações para os miomas? Essa especificidade se definirá a partir da localização da lesão no útero, que determinará se o mioma é subseroso, intramural ou submucoso.

A confirmação do quadro de mioma e uma maior caracterização do mesmo, é feita a partir de exames de imagem como a ultrassonografia e histeroscopia diagnóstica.

Quais são os tratamentos?

Até pouco tempo atrás, as abordagens comuns aos miomas eram o tratamento medicamentoso, a histeroscopia cirúrgica e a histerectomia. As duas últimas são métodos cirúrgicos, que comumente requerem um período de recuperação pós-operatória maior. No caso da histerectomia, a interrupção da fertilidade e, consequente, impossibilidade de engravidar.

A Radiologia Intervencionista tem trabalhado na construção de novas possibilidades de abordagem ao problema, priorizando técnicas menos invasivas e, ainda assim, efetivas.

Em um estudo realizado em 2018, por exemplo, 25 mulheres foram diagnosticadas com o mioma submucoso e, após exames ultrassonográficos que especificaram as características das lesões, foram submetidas à técnica intervencionista de injeção de lauromacrogol e punção guiada por ultrassom intervencionista, uma abordagem que atualmente é estudada e se soma à embolização de Miomas Uterinos, enquanto técnicas advindas da Radiologia Intervencionista.

O procedimento foi feito a partir da Escleroterapia do tumor e teve o auxílio de imagens obtidas em tempo real. Após a intervenção, foram avaliados as mudanças no volume dos miomas, a presença de sintomas e qual foi o impacto na qualidade de vida de cada mulher, através de um questionário que levou em conta a saúde e função física, dores, vitalidade, saúde emocional e outros fatores.

E quais foram os resultados?

As conclusões do estudo indicaram que o tratamento intervencionista foi capaz de diminuir drasticamente o volume das lesões. As queixas apresentadas pelas pacientes também melhoraram, inclusive incômodos como o fluxo menstrual intenso.

A ultrassonografia intervencionista, em estudos iniciais, demonstra ser mais uma técnica eficaz no trato ao mioma uterino, em especial o submucoso, reduzindo o diâmetro do tumor e melhorando os sintomas que o mesmo costuma causar na qualidade de vida da paciente.

Este é um método novo, que ainda exige uma série de avaliações clínicas. Vale lembrar que o tratamento dos miomas é sempre definido de maneira individualizada, priorizando-se as particularidades de cada mulher, seu histórico, planos de gravidez e características do mioma.

Aqui no blog, temos outros conteúdos que abordam o trato de miomas e como a Radiologia Intervencionista pode atuar nestes casos, não deixe de conferir!

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