Embolização de Aneurisma Cerebral com Molas
O que são as molas de embolização?
As molas de embolização são pequenas estruturas metálicas, longas e finas, que são utilizadas para preencher os aneurismas cerebrais.
Por que são chamadas “molas”?
Elas recebem esse nome porque sua forma, quando vista bem de perto, é semelhante à de uma mola ou de uma espiral. Isso permite que a mola possa se enrolar sobre ela mesma, o que facilita sua acomodação no interior de um espaço pequeno como de um aneurisma.
Como a embolização com molas “trata” o aneurisma?
O intervencionista consegue, através de um fino cateter inserido pela virilha ou braço, levar as molas até o interior do aneurisma, num procedimento chamado embolização. Nele, as molas são colocadas e destacadas, uma a uma, até que boa parte do aneurisma fica preenchido. Esse preenchimento faz com que num primeiro momento o sangue circule muito lentamente no interior do aneurisma e, após um certo tempo, o sangue deixa de circular no interior do mesmo. Esse é o objetivo do tratamento: fazer com que o sangue não circule mais dentro do aneurisma, reduzindo o risco de ruptura (ocasionando um derrame, ou AVC hemorrágico).
As molas são reabsorvidas pelo organismo?
As molas são feitas de platina - um metal que não é reabsorvido pelo corpo, mas é totalmente compatível e não causa alergias ou rejeição. Isso significa que as molas ficam para sempre no local da embolização do aneurisma. Com o tempo, na maioria dos casos, a artéria forma uma nova camada de endotélio (tecido natural fino que reveste o interior das artérias e veias do corpo), e deixa o material das molas “isolado” da circulação.
O tratamento é definitivo?
Sim. Uma vez completado o período do seguimento, que varia de paciente a paciente, o tratamento é considerado definitivo. Esse seguimento é realizado pois em alguns casos o sangue pode continuar circulando no interior do aneurisma mesmo após a embolização. Isso ocorre principalmente nos pacientes com aneurismas grandes, pacientes que têm pressão alta de difícil controle ou que são usuários de cigarro. Cada caso é avaliado individualmente e algumas vezes pode ser necessária nova sessão de embolização.
Quem faz embolização com molas pode fazer Ressonância Magnética e Tomografia?
Como sempre é perguntado se há alguma prótese ou material metálico antes dos exames, pode surgir essa dúvida. As molas são feitas de platina, um metal que é totalmente compatível com a Ressonância Magnética. A Tomografia Computadorizada também pode ser realizada.
Escrito por:
Dr. Thiago Giansante Abud
CRM/SP 109.135 RQE 38.281/38.282
Neurorradiologista intervencionista, Mestrado pela USP e Doutorado pela UNIFESP